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A Área Metropolitana do Porto (AMP) apresentou, na Casa Branca de Gramido, em Gondomar, as linhas gerais do projeto “Valorização do Rio Douro”.
Trata-se de uma iniciativa de quatro municípios com frente ribeirinha para o Rio Douro. Estiveram presentes os Presidentes dos municípios, nomeadamente Marco Martins de Gondomar, Rui Moreira, do Porto, Emídio Sousa de Santa Maria da Feira e Patrocínio Azevedo, Vice-presidente de Vila Nova de Gaia. Presidiu à sessão o presidente do Conselho Metropolitano do Porto (CMdP), Hermínio Loureiro.
O projeto “Valorização do Rio Douro” foi iniciado em Janeiro de 2015 e desenvolveu-se através de um grupo de trabalho intermunicipal constituído pelos vereadores de urbanismo dos quatro municípios (Luís Filipe Araújo, Manuel Correia Fernandes, Patrocínio Azevedo e Vítor Marques), os técnicos no domí¬nio dos serviços municipais de ordenamento do território, planeamento e gestão urbanística e ainda uma equipa da Faculdade de Letras da Universidade do Porto/Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT), coordenada por Rio Fernandes, catedrático e especialista na matéria.
A apresentação do projeto focou a avaliação do resultado do trabalho desenvolvido até ao momento, que envolveu técnicos dos municípios, associações culturais e desportivas, entidades publicas e privadas, Juntas de Freguesia, empresas e atores com atividade relevante no território do Douro.
Hermínio Loureiro sublinhou a importância do Rio Douro para a Área Metropolitana do Porto, afirmando que “se a AMP tem uma marca, essa marca é o Rio Douro”. O Presidente do CMdP caracterizou ainda o projeto como “muito ambicioso mas estruturante para a AMP” e destaca o espírito de coesão patente entre os 17 municípios, afirmando que a “a AMP volta a fazer história com mais um projeto intermunicipal” e que com estes trabalhos “ a AMP tem vindo a ganhar maior projeção e mais atenção por parte dos responsáveis nacionais”.
Também os autarcas dos quatro municípios envolvidos no projeto, Porto, Vila Nova de Gaia, Gondomar e Santa Maria da Feira, salientaram o trabalho em conjunto que está a ser desenvolvido. Para Marco Martins “foi importante Gondomar propor a criação deste grupo de trabalho intermunicipal, já que o município usufrui de uma vasta extensão de margens do Douro que precisam de ser requalificadas”. Emídio Sousa sublinhou que “apesar de ter apenas 2km de frente para o Douro, o município de Santa Maria da Feira valoriza a história daquela importante parcela de território e pretende contribuir para que o projeto se torne uma realidade”. Por seu turno, Patrocínio Azevedo, destacou o projeto como “metropolitano e orientado para os cidadãos da região”. Esta visão foi reforçada por Rui Moreira, Presidente da Câmara do Porto, que afirmou que “o rio tem que ser pensado em primeiro lugar para os cidadãos da AMP e não para os turistas” sublinhando que “os turistas apreciam a região e o Porto na medida em que a cidade for boa para os seus cidadãos”. E concluiu reafirmando que este projeto estava direcionado para os que cá vivem, elogiando Hermínio Loureiro por ter criado as condições para um trabalho em equipa com tão bons resultados.
O relatório especifica que o projeto assenta em quatro pilares que orientam as medidas de intervenção: As margens, as travessias, o rio; e o património imaterial. Com a primeira fase do projeto a ser implementada até ao final de 2017, a Valorização do Douro propõe uma visão integrada para o território, centrada em ações como o desenvolvimento de circulações pedonais e cicláveis nas margens do Douro, assim como um projeto orientado para o reforço da mobilidade, promovendo uma maior utilização do rio Douro como via navegável e não apenas turística, através da implementação de um siste-ma de “autocarros fluviais”, ligando vários pontos do território.
No que diz respeito a infraestruturas, está planeada uma intervenção na Ponte D. Maria I, numa parceria que prevê um protocolo com a IP – Infraestruturas de Portugal, orientada para a cir¬culação pedonal e ciclável, com a conversão do tabuleiro numa ecopista que permitirá a ligação à rede de ciclovias dos municípios a Norte e a Sul do Douro.
O Projeto refere a continuidade do Polis de Gondomar e a sua ligação à marina do Freixo e à marginal do concelho do Porto; a instalação de um Museu das Pontes no edifício do Auditório Edgar Cardoso (ainda propriedade da IP), na marginal de Gaia; uma nova estratégia global de gestão do estacionamento das embarcações nos cais do Porto e Vila Nova de Gaia, prevendo um terminal de cruzeiros fluviais na zona do Cais da Lixa/ Covelo, em Gondomar, permitindo a acostagem de embarcações marítimo turísticas e de recreio de forma a evitar o estacionamento tão frequente de grandes embarcações nas marginais dos centro histórico de Porto e Gaia, que obstruem as vistas do rio e das cidades.
Finalmente, com o intuito de preservar, valorizar e divulgar um con¬junto de elementos materiais e imateriais que se desenvolveram ao longo dos tempos na relação com o rio, o projeto prevê ainda a construção da “Casa de Memória do Rio Douro”.
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